quarta-feira, 16 de junho de 2010

Lembrando D. Carlos Pinheiro-Bispo Auxiliar de Braga

Após a minha ordenação diaconal, tive o privilégio de ser convidado para secretariar o Bispo auxiliar de Braga e titular de Dume, D. Carlos Francisco Martins Pinheiro.
Com ele, nas visitas pastorais, corremos as paróquias dos Arciprestados de Vila do Conde/Póvoa de Varzim, Barcelos, Vila Verde, Vieira do Minho, e outras. Acompanhei-o ainda nas visitas que fazia a ordens religiosas, quando presidia a peregrinações, inauguração de instalações para benzer as mesmas e noutras actividades pastorais que lhe eram distribuídas pelo Senhor Arcebispo, bem como em serviços particulares que necessitava e outros para que era convidado.
Muitas vezes o acompanhei à sua terra querida de Vila Praia de Âncora. Ali me contava com saudade, as suas recordações dos tempos da infância e da juventude: falava-me de seus pais e irmãos, da casa onde nasceu, uma casa de campo com forno caseiro, das actividades dos pais, etc..
Quero destacar o que me impressionava mais no saudoso Bispo: a sua humildade e simplicidade, o seu carinho com as crianças que sempre visitava nas escolas da freguesia, nas quartas-feiras antes do Domingo da visita pastoral a cada paróquia. Era encantador! Estou certo, de que muitas crianças e mesmo professoras não esquecerão jamais essas visitas, assim como eu também recordo as lindas lições que aprendi!
No diálogo com as crianças, tinha atitudes que marcavam! Olhava para todos e escolhia um miúdo porventura dos mais reguílas, chamava-o ao pé de si e colocava-lhe na cabeça o “solidéu”! Todos davam uma risada, depois o Bispo dizia: tu vais dar bispo! Seguia-se outra gargalhada.
Um dia numa escola perguntou: “Olhai, quantas Nossas Senhoras há?” Levanta-se um espertalhão e diz: “Nossa Senhora só há uma, só que Ela tem é muitos vestidos!”. Boa resposta, comentou o Bom Bispo!
As visitas às escolas, em seu entender e no meu também, eram e deveriam continuar a merecer importância porque, como dizia ele, ali se visitavam os homens do amanhã, daí o grande valor que atribuía a estas visitas.
As homilias que bem preparava eram facilmente assimiladas por todos, devido à sua capacidade para chegar a todos os corações, até aos menos instruídos.
No fim da Eucaristia fazia questão de reunir em particular com os neo-crismados, exortando-os a serem sempre fiéis a Cristo a quem decidiram seguir.
Que o senhor o Bom Pastor lhe dê o merecido lugar nas pastagens eternas do céu.
Diácono Manuel Rodrigues
Publicado no jornal "Diário do Minho" de Braga, em 12 de Junho de 2010

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